Cicinho, lateral-direito tem uma carreira cheia de altos e baixos.
Ele saiu da pequena Pradopólis, cidade paulista de 17 mil habitantes,
para jogar em times como Real Madrid e Roma. Embora tenha chegado até a
Seleção Brasileira, quase encerrou sua carreira mais cedo por causa do
álcool.
Revelado pelo Botafogo-SP, foi para o Atlético-MG, onde foi bem em
campo, mas vacilou fora dele. Acabou emprestado ao Botafogo-RJ, mas não
se firmou. O sucesso mesmo só aconteceu quando foi jogar no São Paulo.
Ali, conquistou o Paulista, a Libertadores e o Mundial, em 2005. Pela
Seleção foi campeão da Copa das Confederações em 2005. No ano seguinte
disputou o Mundial da Alemanha. Nessa época tornou-se um ‘galático’ no
Real Madrid
Porém, a trajetória vitoriosa escondia os problemas do jogador com o alcoolismo. Vício que quase fez Cicinho largar o futebol.
Hoje, o lateral atua pelo Sport e diz que tem vários arrependimentos.
“Eu me deixei levar pela fama, o sucesso. Deixei o dinheiro subir para
minha cabeça e me achava capaz de tudo. Passei dos limites”, reconhece.
Ele afirma que a popularidade e o dinheiro lhe deram a falsa sensação
de achar que era “capaz de tudo”. A ida para Madri mexeu ainda mais com
ele “minha cabeça foi junto, o sucesso subiu igual a um foguete. Eu
queria ser dono de tudo. Por exemplo, eu chegava numa choperia e mandava
o cara abrir para mim dizendo que eu ia beber tudo lá”.
Com a camisa amarelinha foram 15 jogos e um gol marcado. No Real
vinha jogando bem até sofrer uma séria lesão no joelho. Ficou fora dos
gramados por seis meses. Perdeu espaço e acabou vendido ao Roma, da
Itália, onde teve uma passagem longa, de quase cinco anos, mas não muito
proveitosa.
Jogou 72 partidas, marcando três gols, mas precisou operar o joelho
direito pela segunda vez em menos de dois anos. Ele confessa que não se
dedicou na recuperação e ficou um ano sem jogar.
Mesmo com o filho vivendo uma vida luxuosa, Dirce e Cláudio, pais do
lateral, evangélicos, continuaram sua vida tranquila em Pradopólis. Nas
férias, Cicinho sempre visitava os pais, mas não seguia os seus
conselhos.
O uso exagerado da bebida também distanciou Cicinho do filho Heitor,
hoje com cinco anos. “Eu tentava ‘comprar’ o amor do meu filho com
presentes. Ele me chamava para jogar bola e eu falava que estava jogando
baralho, tomando uma cerveja. Eu deixei muito a desejar com meus pais e
meu filho”, reconhece.
Em 2010 chegou a ser emprestado pelo Roma para o São Paulo, mas nada
mudou. Após uma passagem apagada , voltou para o Roma e foi emprestado
ao Villareal da Espanha. Ele confessa que se entregou ao alcoolismo e
vivia sem perspectivas de futuro. Foi então que pensou em desistir da
carreira.
Lembrando de sua formação evangélica,ano passado foi para um
congresso em Manaus, quando ouviu de um pastor uma ‘profecia’. “Havia um
pastor aqui do Recife chamado Daniel que orou por mim e disse que eu ia
voltar a jogar futebol no Sport. Dias depois, o pessoal aqui do clube
entrou em contato comigo”, lembra.
Além de ter voltado a congregar, Cicinho decidiu casar em junho
deste ano com a estudante brasileira Marri, que conhecera nos tempos de
Roma. Aos 32 anos, Cicinho é titular do Sport, está livre do álcool, se
reaproximou do filho e já pensa em ter outro com a nova esposa.
O jogador disse que a fé e o amor da esposa foram fundamentais para
ele largar a bebida. “O amor que ela sente por mim, que eu sinto por
ela, fez com que eu retomasse o amor que eu sinto pela minha vida. E
assim eu percebi que não posso desperdiçar o que Deus me deu, o dom de
jogar futebol. Estou muito feliz no Sport”, celebra Cicinho.
FONTE: http://www.overbo.com.br
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