Só o amor romântico não é suficiente!
“Você quer ter razão ou ser feliz?”
Minha esposa Rousemary estava
aconselhando uma amiga que estava vivendo um grande conflito no
casamento. No meio do aconselhamento, ela fez uma pergunta àquela jovem
esposa: Você quer ter razão ou ser feliz? A resposta a esta pergunta
sempre vai revelar se você está agindo e reagindo com inteligência
conjugal. Aqueles que preferem sempre ter razão, dificilmente serão
felizes. A convivência conjugal exige que o casal tenha sensibilidade e
discernimento para fazer a melhor escolha.
Outra contradição no casamento é a ideia
que de o amor-romântico é tudo para o sucesso de um relacionamento.
Infelizmente, muitos se casam pensando que este é o amor que dará
sustentação a uma vida conjugal equilibrada, harmoniosa e feliz. Pode
até ser que na primeira fase, que é a da idealização, onde não se vê o
real, mas sim àquilo que foi sonhado, projetado e idealizado, este tipo
de amor-sonho seja a base. Porém, quando os dois forem “caindo na real” e
os defeitos forem aparecendo e o “anjo” ganhar a forma de “ser-humano”
com todas as imperfeições, traumas e limitações, o “amor-romântico”
deixará de ser suficiente.
Quando acaba a fase do amor-sonho e o
casal começa a experimentar o amor-realidade, na maioria das vezes os
dois brigam não por falta de amor, mas por falta de inteligência
conjugal. Até para ser feliz é preciso ser inteligente! Há um texto na
carta do apóstolo Paulo escrita aos Efésios, que expressa a importância
de compreender esse princípio:
“Maridos, ame cada um a sua mulher,
assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela (v.25) para
santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra,
(v.26) e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha
nem ruga ou (v.27) coisa semelhante, mas santa e inculpável”.
O que o apóstolo está querendo nos
ensinar, é: todas as vezes que o marido investe na sua esposa, o mais
beneficiado é ele mesmo. “…para apresentar a si mesmo como
igreja(esposa) gloriosa…” isso é inteligência conjugal. Se esta não for a
visão que orienta a vida dos dois, a competição passa a existir,
impedindo que eles sejam “aliados íntimos” contra os inimigos do
casamento, que não são poucos.
“Você quer ter razão ou ser feliz?” Não
são poucos os casais que, por causa da inflexibilidade, gastam uma
fortuna com aquilo que não vale uma moeda de centavos de reais. É a
“mania” de querer sempre ter razão, mesmo que isto aprofunde a crise,
gere mágoas, levante um muro de resistência, provocando um
distanciamento cada vez maior entre os dois. A humildade é uma das
virtudes quando há inteligência conjugal. Na convivência a dois é
necessário algumas vezes ele (a) “perder” para que os dois possam
ganhar. Estruturas rígidas quebram com facilidade. As árvores que
suportam as grandes tempestades e não se quebram, são as flexíveis.
Quando o homem e a mulher atingem esse nível de maturidade, vivendo com
flexibilidade, é porque definitivamente entenderam que inteligência
conjugal mais amor maduro gera a verdadeira felicidade.
É importante compreender que para ser
feliz, você não precisa se anular, tornando-se um “boneco” sem o direito
de sugerir, opinar, contrariar, participar etc. O casamento não pode
provocar a morte do “eu” nem da “individualidade” de cada cônjuge. É
extremamente preocupante quando ouço alguém dizendo: “Estou casado ou
casada há trinta anos e nunca brigamos, discutimos ou gritamos um com o
outro!” Se isso for verdade, é porque os dois não se amam, ou estão
juntos mas nunca compreenderam o que é casamento. Só quem deseja o
melhor para o outro é que reclama, critica, cobra, aponta as áreas que
precisam melhorar. Quem um dia ou outro não acorda mal humorado,
irritado, estressado ou perturbado com alguma situação que lhe foge ao
controle. Onde não há preocupação com o outro, não há brigas,
discussões, porque impera a indiferença, que é a maior demonstração de
falta de amor maduro e de inteligência conjugal.
É bom “brigar – construtivamente” para
se ter razão, quando o que está em jogo é a estabilidade da relação, o
futuro da família, o equilíbrio financeiro, a vida espiritual do cônjuge
e a felicidade do casal. Quando a causa da “batalha travada” é algo
banal, pequeno no seu valor e importância, todo tempo e energia que se
gasta é um desperdício tolo, aí, não vale a pena ter razão, é preferível
ser feliz.
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