quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Quando a cultura vira evangelho


 O relacionamento dos cristãos com a cultura na qual estão inseridos sempre representou um grande desafio para eles. Opções como amoldar-se, rejeitar a cultura, idolatrá-la ou tentar redimi-la têm encontrado adeptos em todo lugar e época. Em nosso país, com uma cultura tão rica, variada e envolvente, o desafio parece ainda maior nos dias atuais. Como aqueles que creem em Jesus Cristo e adotam os valores bíblicos quanto à família, trabalho, lazer, conhecimento e as pessoas em geral podem se relacionar com esta cultura?

Existem muitas definições disponíveis e parecidas de cultura. No geral, define-se como o conjunto de valores, crenças e práticas de uma sociedade em particular, que inclui artes, religião, ética, costumes, maneira de ser, divertir-se, organizar-se, etc.

Os cristãos acrescentam um item a mais a qualquer definição de cultura, que é a sua contaminação. Não existe cultura neutra, isenta, pura e inocente. Ela reflete a situação moral e espiritual das pessoas que a compõem, ou seja, uma mistura de coisas boas decorrentes da imagem de Deus no ser humano e da graça comum, e coisas pecaminosas resultantes da depravação e corrupção do coração humano. Toda cultura, portanto, por mais civilizada que seja, traz valores pecaminosos, crenças equivocadas, práticas iníquas que se refletem na arte, música, literatura, cinema, religiões, costumes e tudo mais que a compõe.

Deste ponto de vista a definição de cultura é bem próxima à definição que a Bíblia dá de “mundo,” a saber, aquele sistema de valores, crenças, práticas e a maneira de viver das pessoas sem Deus. Poderíamos dizer que “mundo” compreende os traços da cultura humana que refletem a sua decadência moral e espiritual e seu antagonismo contra Deus.

De acordo com João as paixões carnais, a cobiça e a arrogância do homem marcam o mundo. Como tal, o mundo é frontalmente inimigo de Deus e os cristãos não devem amá-lo:

1João 2:15-16 – “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.”

Tiago vai na mesma linha:

Tiago 4:4 – “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.

Escrevendo aos romanos, Paulo os orienta a não se moldarem ao presente século – um conceito escatológico do mundo presente, debaixo da lei e do pecado e caminhando para seu fim:

Romanos 12:2 – “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

O próprio Jesus ensinou que o mundo o odeia e odeia aqueles que são seus discípulos, pois não são do mundo:

João 15:18-19 – “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”.

Não é de se estranhar, portanto, que aqueles cristãos que levam a Bíblia a sério sempre tiveram uma atitude, no mínimo, cautelosa em relação à cultura, por perceberem nela traços da corrupção humana – ou seja, do mundo.

Ao mesmo tempo em que a Bíblia define o mundo de maneira negativa, ela admite que existem coisas boas na sociedade em decorrência do homem ainda manter a imagem de Deus – em que pese a Queda – e em decorrência de Deus agir na humanidade em geral de maneira graciosa. Deus concede às pessoas, sendo elas cristãs ou não, capacidade, habilidades, perspicácia, criatividade, talentos naturais para as artes em geral, para a música – enfim, aquilo que chamamos de graça comum. É interessante que os primeiros instrumentos musicais mencionados na Bíblia aparecem no contexto da descendência de Caim (Gênesis 4:21) bem como os primeiros ferreiros (4:22) e fazedores de tendas (4:20). Paulo conhecia e citou vários autores da sua época, que certamente não eram cristãos (Epimênides, Tt 1:12; Menander, 1Cor 15:32; Aratus, Acts 17:28). Jesus participou de festas de casamento (João 2) e Paulo não desencorajou os crentes de Corinto a participar de refeições com seus amigos pagãos, a não ser em alguns casos de consciência (1Co 10:27-28).

Portanto, a grande questão sempre foi aquela do limite – onde eu risco a linha de separação? Até que ponto os cristãos podem desfrutar deste mundo, até onde podem se amoldar à cultura deste mundo e fazer parte dela?

Dá para ver porque ao longo da história a Igreja cristã foi considerada algumas vezes como obscurantista, reacionária, um gueto contra-cultural. Nem sempre os seus inimigos perceberam que os cristãos, boa parte do tempo, estavam reagindo ao mundo, àquilo que existe de pecaminoso na cultura, e não à cultura em si. Quando missionários cristãos lutam contra a prática indígena de matar crianças, eles não estão querendo acabar com a cultura dos índios, mas redimi-la dos traços que o pecado deixou nela. Eles estão lutando contra o mundo. Quando cristãos criticam Darwin, não estão necessariamente deixando de reconhecer sua contribuição para nosso conhecimento dos processos naturais, mas estão se posicionando contra a filosofia naturalista que controlou seu pensamento. Quando torcem o nariz para Jacques Derrida, não estão negando sua correta percepção das ambiguidades na linguagem, mas sua conclusão de que não existe sentido num texto. Gosto de Jorge Amado mas abomino seu gosto pela pornografia,  Por ignorarem ou desprezarem a presença contaminadora do mundo na cultura é que alguns evangélicos identificam a cultura como a expressão mais pura e autêntica da humanidade. Assim, atenuam – e até negam – a diferença entre graça comum e graça salvadora, entre revelação natural e revelação especial. Evangelizar não é mais chamar as pessoas ao arrependimento de seus pecados – refletidos inclusive em suas produções culturais, poéticas, artísticas e musicais – mas em afirmar a cultura dos povos em todos os seus aspectos. O Reino de Deus é identificado com a cultura. Não há espaço para transformação, redenção, mudança e transformação – fazê-lo seria mexer com a identidade cultural dos povos, a sua maneira de ser e existir, algo que com certeza deixaria antropólogos de cabelo em pé.

A contextualização sempre foi um desafio para os missionários e teólogos cristãos. De que maneira apresentar e viver o Evangelho em diferentes culturas? Pessoalmente, acredito que há princípios universais que transcendem as culturas. Eles são verdadeiros em qualquer lugar e em qualquer época. Adultério, por exemplo, é sempre adultério. Pregar o Evangelho numa cultura onde o adultério é visto como normal significa identificá-lo como pecado e lutar contra ele, buscando redimir os adúlteros e adúlteras e restaurar os padrões bíblicos do casamento e da família. Enfim, redimir e transformar a cultura, fazê-la refletir os princípios do Reino de Deus.

Nem sempre isto é fácil e possível de se fazer rapidamente. Missionários às tribos africanas onde a poligamia é vista como normal que o digam. O caminho possível tem sido tolerar a poligamia dos primeiros convertidos, para não causar um problema social grave com a despedida das esposas. Mas a segunda geração já é ensinada o padrão bíblico da monogamia.

É preciso reconhecer que nem sempre os cristãos conseguiram perceber a distinção entre mundo e cultura. Historicamente, grupos cristãos têm sido contra a ciência, a arte, a música e a literatura em geral, sem fazer qualquer distinção. Todavia, estes grupos fundamentalistas não representam a postura cristã para com a cultura e nem refletem o ensino bíblico quanto ao assunto. Os reformados, em particular, caracteristicamente sempre se mostraram sensíveis às artes e viam nelas uma manifestação da graça comum de Deus à humanidade. Apreciavam a pintura, a música, a poesia e a literatura.

O grande desafio que Jesus e os apóstolos deixaram para os cristãos foi exatamente este, de estar no mundo, ser enviado ao mundo, mas não ser dele (Jo 17:14-18). Implica em não se conformar com o presente século, mas renovar-se diariamente (Rm 12:1-3), de não ir embora amando o presente século, como Demas (2Tm 4:10). É ser sal e luz.

Para os que deixam de levar em conta a presença da corrupção humana na cultura, os poetas, músicos, artistas e cientistas se tornam em sacerdotes, a produção deles em sacramento e costurar e tecer em evangelização.

Rev. Augustus Nicodemus

Fonte: https://tuporem.org.br/quando-a-cultura-vira-evangelho/

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Cidadãos dos céus


 "Nós, porém, somos cidadãos dos céus. É de lá que ansiosamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." Filipenses 3:20


Pensamento: Esse versículo é muito bom para lembrarmos que estamos de passagem por este mundo, e que a verdadeira vida plena e abundante da qual o Senhor nos fala, é a vida eterna. Quando semeamos devemos pensar na colheita celestial que haverá quando estivermos junto ao Pai. Quando praticamos nossas obras devemos esperar que o Senhor que nos vê em secreto, nos recompense, seja neste mundo ou na vida eterna. Muitas vezes estamos com os olhos fixos nas coisas deste mundo, com os pensamentos voltados apenas para as coisas materiais. A vida é muito curta e passageira para gastarmos tanto tempo com coisas que não poderemos levar para a eternidade. Quanta gente acumulando tanta riqueza e ao mesmo tempo quantas pessoas vivendo na miséria total !!! Será que pelo menos nós cristãos, poderíamos ser um pouco mais imitadores do amor de Cristo ???


Oração: Pai querido, perdoa-me porque eu tenho sido falho em praticar o amor, tenho sido falho em anunciar o evangelho de Cristo, porque eu entendo que ser testemunha do Senhor não é sair por ai apenas falando e falando, mas é viver conforme o exemplo de Jesus. Ajuda-me a viver em amor e em serviço, sendo instrumento do Senhor. Derrama cada dia mais Seu Espírito santo sobre mim para que eu seja canal de benção na vida do irmão necessitado. Eu oro em nome de Jesus. Amém.


FONTE: https://www.devocionaldiario.com.br/

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

“Bem-aventurados os que não viram e creram”


Iniciamos este texto com as palavras do próprio Jesus:Bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo 20.29).

Irmão leitor, eu sempre fui fascinada com a ideia de como foram preciosos os dias daqueles que viveram nos dias de Cristo sobre a terra e tiveram a oportunidade de coexistir no tempo e espaço em que Ele esteve entre os homens. Certamente se me pedissem para imaginar qualquer era para qual eu gostaria de me teletransportar, esta seria nos dias de Jesus, em Israel, vendo-o e ouvindo-o pregar o evangelho por toda parte. Um antigo hino retrata bem meu sentimento sobre isso, parte dele diz:

“Sempre que eu leio a história de Cristo
Eu fico a pensar, com grande emoção
Do privilégio que muitos tiveram
De ver o Seu rosto, sentir Sua mão

Eu também teria a mesma alegria
De vê-lo bem perto, bem juntinho a mim
Olhar os Seus olhos serenos e meigos
Oh como eu seria tão feliz assim!

Queria saber como era Seu rosto
Embora eu sinta que era mui lindo
Inspirava fé e também confiança
E dava a todos um gozo infindo […]”

Sim, sem sombras de dúvidas as pessoas que tiveram a oportunidade de sentir, ouvir e enxergar o Deus encarnado foram felizes. Entretanto, num destes dias passados, pensando mais uma vez na grandiosidade dessa experiência, fui lembrada pelo Espírito Santo das palavras do Mestre: Bem-aventurados os que não viram e creram. Sim, não felizes, porém mais do que felizes somos nós. Meu coração se encheu de gratidão. O próprio Senhor me assegura que se eles foram felizes, mais feliz sou eu, graças a fé que foi entregue a mim.
Eu fui então conduzida a refletir sobre a preciosidade da fé que os santos receberam e trago a vocês a mesma reflexão.

A incredulidade dos que o viram

Estas palavras “Bem-aventurados os que não viram e creram” foram dirigidas diretamente a Tomé como forma de repreensão. Apesar do testemunho dos discípulos e das mulheres, Tomé recusou-se a crer que Cristo havia ressuscitado dentre os mortos. A incredulidade foi tamanha que ele falou que se não visse e não tocasse as marcas do sofrimento de Cristo (que comprovariam que era o mesmo que havia morrido), DE MODO ALGUM acreditaria. (conf. Jo 20.24-25)

Mas ele não foi o único a ser incrédulo até que seus olhos pudessem ver. Em Marcos 16, é registrado que as mulheres visitaram o túmulo de Jesus e a pedra já tinha sido removida (o túmulo já estava vazio). Um anjo posto no local contou àquelas mulheres as boas novas:

“Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia; lá o vereis, como ele vos disse.” (Mc 16.6-7)

Nos versos posteriores, a Bíblia revela que aquelas mulheres fugiram atemorizadas e não obedeceram a ordem do anjo (Mc 16.8). Elas saíram e não disseram nada a ninguém. Não proclamaram a ressurreição de Cristo porque não creram no que o anjo havia dito. Não poderiam imaginar que seu mestre havia ressuscitado, senão que haviam roubado seu corpo. Maria Madalena corre e diz aos discípulos que o corpo de Cristo não estava no túmulo; ela entrega a informação incompleta, não profere as palavras do anjo sobre ressurreição, apenas sugere que o corpo foi levado (conf. Mc 16.8 e Jo 20.2).

Mas não apenas as mulheres não creram, os que ouviram da parte delas que o corpo não estava mais no túmulo, apenas com exceção de Pedro, também não acreditaram.

“Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; também as demais que estavam com elas confirmaram estas coisas aos apóstolos. Tais palavras lhes pareciam um como delírio, e não acreditaram nelas. Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro” (Lc 24.10-12a).

Pensem comigo, irmãos: estas pessoas andaram com Jesus, ouviram de sua própria boca palavras de verdade, tiveram experiências sensoriais com ele durante anos e ainda assim não tiveram fé suficiente para crer em Sua ressurreição antes que o vissem ressurreto com seus próprios olhos.

Quando o anjo conta às mulheres sobre a vitória do Filho de Deus sobre a morte, elas temem e cerram os lábios para não contar as boas novas aos demais discípulos. Quando as mulheres contam aos demais discípulos sobre o sumiço do corpo de Jesus, não passa pela cabeça deles que poderia ser verdade (afinal, Cristo ressurgiria dos mortos), mas são incrédulos quanto à palavra delas. Quando os discípulos veem o Senhor pessoalmente e contam a Tomé, este se recusa a crer que fora o mesmo homem que ele viu sofrer e morrer.

Isto nos ensina algo grandioso: todas essas pessoas precisaram ver demais para crer. Não bastou ver Cristo, não bastou ver todo o poder que o Pai lhe deu com prodígios e sinais. Eles tiveram também que ver o Cristo ressurreto. Em contrapartida, eu e você não vimos Cristo com nossos olhos, com eles também não contemplamos os poderosos feitos que ele realizou sobre a terra, tampouco enxergamos as marcas em suas mãos e lado, e ainda assim nós cremos que ele ressurgiu dentre os mortos e nos garantiu vida eterna.

Foi nos dado o grande privilégio de crer em Cristo (Fp 1.29). E mais: de crer Nele através do testemunho dos que O viram e não pelo que nossos próprios olhos enxergam (Jo 20.30-31).

Por nós, o Senhor intercedeu quando ainda estava na terra:

“[…] rogo […] também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua (dos discípulos) palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós…” (Jo 17.20-21a)

Recebemos uma fé preciosíssima, transcendente, firme e forte, que nos leva a crer naquilo que talvez não crêssemos ainda que nossos olhos vissem. E concluo com as palavras do Ap. Pedro:

“…uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.”

Louvado seja o Senhor por ter nos dado uma bendita fé que nos faz mais do que felizes, nos faz bem-aventurados! Amém.

Autor: Thamyris Millena, 24 anos, casada, membro na Congregação  Batista da Graça em Recife; amante da boa teologia. Meu coração deseja a eternidade, Cristo em mim é a esperança da Glória.

Fonte: https://www.jovemreformado.com.br/


UMA VIDA COM PROPÓSITO

A vida é mais do que viver. Muitos vivem, mas sem propósito. Passam pela vida, mas desperdiçam o tempo e as oportunidades. Cruzam o caminho de muita gente, mas não marcam ninguém com seu testemunho. Envolvem-se com muitas coisas terrenas, mas jamais priorizam o reino de Deus e sua justiça. Constroem monumentos na terra, mas não fazem nenhum investimento no céu. Vivem apenas para as coisas efêmeras, mas jamais buscam as realidades eternas. Para encontrarmos o propósito da vida, algumas perguntas básicas e essenciais precisam ser feitas, como as que elencaremos a seguir:

            Em primeiro lugar, de onde viemos? Conhecer nossa origem define nosso propósito na vida e, sobretudo, o nosso destino. Não somos fruto do acaso. Não somos resultado de uma evolução de milhões e milhões de anos. Não procedemos dos símios. Viemos das mãos do criador. Nossa origem é divina. Somos a obra prima da criação.

            Em segundo lugar, quem somos? Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Ele nos fez e nos formou de forma assombrosamente maravilhosa. Ele nos entreteceu no ventre de nossa mãe. Ele nos conheceu quando éramos ainda uma substância informe. Muito embora o pecado tenha desfigurado a imagem de Deus em nós, mantemo-la. Somos um ser moral e espiritual. Podemos ter nossos olhos abertos, nossos ouvidos desimpedidos e nosso coração de pedra trocado por um coração de carne. Podemos receber vida daquele que é a ressurreição e a vida. Podemos conhecer aquele que é essência da própria vida eterna.

            Em terceiro lugar, por que estamos aqui? Nossa vida tem um propósito. Não caímos aqui de paraquedas. Não estamos aqui por acaso. Viemos ao mundo para cumprir o propósito de Deus. O fim principal de nossa vida é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Vivemos nele e para ele. Nosso papel é amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos. Nossa missão é fazer a vontade do Pai, repartindo com os de perto e os de longe a mensagem da graça. Fazer discípulos de todas as nações é nossa grande missão. Não vivemos para nós mesmos nem para agradar nosso próprio coração. Não estamos aqui para acumularmos riquezas, mas para distribuirmos generosamente as riquezas que Deus coloca em nossas mãos. Estamos aqui para adorarmos a Deus, nos inconformarmos com este século e sermos transformados pela renovação de nossa mente. Estamos aqui para refletirmos no mundo a luz de Deus e compartilharmos com os povos as riquezas insondáveis do evangelho.

            Em quarto lugar, para onde vamos? Viemos de Deus e voltaremos para Deus. Nossa origem é de cima e voltaremos para cima. Nascemos de Deus, nascemos do Espírito, nascemos de novo, nascemos de cima e voltaremos para lá. O céu não é apenas nossa origem, mas também o nosso destino. Aqui não é nosso lar. Aqui somos peregrinos e forasteiros. Nossa pátria está no céu. Nossa herança está no céu. Nosso Senhor está no céu. Lá está o nosso tesouro. Lá está o nosso lar. É para lá que caminhamos. A jornada para lá é pesada. Os inimigos são muitos. As circunstâncias são perigosas. O mal que nos cerca é medonho. Mas, Deus nos guia com o seu conselho eterno até nos receber na glória. Ninguém poderá nos deter. Ninguém poderá nos fazer retroceder. Vamos caminhando de força em força até chegarmos em Sião. O mesmo Senhor que nos escolheu, nos chamou e nos justificou, há de nos glorificar no último dia. Então, quando Jesus voltar, subiremos com ele, para habitarmos na Jerusalém celestial, onde não haverá mais luto, nem prato nem dor.

            Qual é o propósito de sua vida? Você já sabe de onde veio, quem é, por que está aqui e para onde vai? Que você possa viver com propósito, para a glória de Deus!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Fonte: http://hernandesdiaslopes.com.br

SEUS OLHOS JÁ VIRAM A SALVAÇÃO?


"Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvaçãoa qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel."


    Lucas, o amado médico, companheiro do apóstolo Paulo na pregação das Boas Novas, não conheceu o Senhor Jesus, todavia como muitos gentios, como ele, viu o Senhor Jesus na vida do apóstolo Paulo. E como todo pecador, morto nos seus delitos e pecados, com um vazio no seu coração do tamanho de Deus, foi preenchido por meio da pregação do Evangelho. Os seus olhos viram a salvação, e como letrado que era, passou a investigar de maneira minuciosa a vida do seu Salvador, ouvindo testemunhas oculares e realizando um registro de tudo desde a sua origem, uma exposição em ordem, para que outros tenham plena certeza das verdades que  foram instruídos. (Lc 1.1 - 4). No capítulo 2 do evangelho por ele registrado, narra o momento em que o menino Jesus, é apresentado no templo, e um homem chamado Simeão, justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito  Santo estava sobre ele, movido por esse Espírito segue para o templo e ao ver o menino Jesus, com seus pais, tomou em seus braços e louvando a Deus, disse: "Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvaçãoa qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel." (vv.29-32). Simeão foi um homem justo e piedoso, o Espírito Santo estava sobre ele, mas como todos os homens, ele era mais um pecador (Romanos 3.23), que era carente da graça de Deus. E naquele dia os seus olhos viram a salvação, naquele dia os seus olhos viram o SALVADOR. Seu coração foi tomado de alegria, o momento tanto esperado chegou e estava diante dos seus olhos, a salvação para Israel preparada pelo Senhor diante de todos os povos. 
    Lucas, o autor desse evangelho também teve essa experiência de Simeão, um dia o seu coração feito de pedra foi transformado em carne, sua imagem destorcida do Criador, foi restaurado por Cristo, sua vida nunca mais foi a mesma. 
    Podemos destacar pelo menos duas lições dessa passagem bíblica:
1. Todos precisam de salvação, pois todos são pecadores. Simeão foi um homem justo e piedoso, mas reconhecia a necessidade de ser salvo, ele aguardava um salvador. Um salvador a muito prometido.
2. Jesus é o Salvador, foi nEle que Simeão colocou os seus olhos, ele era a salvação que sua alma aguardava. Jesus é o caminho, a verdade e a vida, fora dEle não há salvação. "E não há salvação em nenhum outro nome; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvo." (Atos 4.12)  
    E você? SEUS OLHOS JÁ VIRAM A SALVAÇÃO? Cristo é o seu Senhor e Salvador? Busque-o enquanto pode achar! Ele lhe concederá a paz que o seu coração procura. Deus te abençoe! 

Junior Lins 

    

    

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

VENCENDO A TRISTEZA PELA TERAPIA DA PALAVRA DE DEUS


O SALMO 119 é o maior Salmo da Bíblia. Seu foco principal é a excelência da palavra de Deus como conteúdo de nossa fé, como fonte de nosso consolo e como remédio para nossos males. Neste Salmo, o cantor sacro abre sua alma e fala de suas tristezas e como triunfar sobre elas.

            Em primeiro lugar, as lágrimas da alma podem ser estancadas pelo fortalecimento da palavra de Deus (Sl 119.28). “A minha alma, de tristeza, verte lágrimas; fortalece-me segundo a tua palavra”. Há momentos em que as torrentes de lágrimas que brotam de nossa alma são mais copiosas do que as torrentes que vertem dos nossos olhos. A tristeza não apenas abate o rosto, mas também entristece a alma. O remédio para essa tristeza não é encontrado nas terapias humanas nem nos rituais religiosos, mas no fortalecimento procedente da palavra de Deus.

            Em segundo lugar, as angústias do crente são curadas pela vivificação da palavra de Deus (Sl 119.50). “O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica”. O salmista não tem receio de admitir sua angústia. Ele está amassado por sentimentos avassaladores, atordoado por circunstâncias medonhas e atribulado por uma angústia esmagadora. Onde encontrar consolo? Para onde correr nessa hora? O autor sacro encontrou consolo e vivificação na palavra de Deus.

            Em terceiro lugar, a angústia faz perecer, mas a palavra de Deus traz prazer (Sl 119.92). “Não fosse a tua lei ter sido o meu prazer, há muito já teria eu perecido na minha angústia”. A angústia que nos assola, por vezes, é tão cruel que pensamos que não vamos aguentar. É como um tsunami que nos engole sem que consigamos reagir às ondas gigantescas. Onde encontrar prazer, quando a vida parece só mostrar sua carranca para nós? Onde encontrar um porto seguro para encorar nossa alma assolada pelos vendavais da vida? Onde beber as delícias da alegria, quando tudo o que sorvemos na vida é o cálice amargo da dor? O salmista, com entusiasmo, confessa que não fora a lei de Deus ter sido o seu prazer, ele teria sucumbido há muito tempo à sua angústia. Ó que poder terapêutico tem a palavra de Deus! Ó que consolo bendito ela traz à alma aflita!

            Em quarto lugar, a aflição superlativa deve levar-nos a uma súplica urgente (Sl 119.107). “Estou aflitíssimo; vivifica-me, Senhor, segundo a tua palavra”. O salmista é um homem de Deus, mas não tem imunidade especial. Ele anda com Deus, mas não é poupado das dores naturais dos mortais. Ele não esteve muito aflito no passado remoto nem estará aflitíssimo num futuro distante. Ele está aflitíssimo agora. Enquanto escreve, seu coração está apertado pela dor, sua alma está gemendo de aflição e seus olhos são fontes de onde escorrem lágrimas amargas. Sua súplica é urgente. Mas ele não recorre a homens, mas ao Senhor da aliança. Não busca os recursos da terra, mas invoca a vivificação que emana do céu. O reavivamento que anseia é rogado ao Senhor e procede do Senhor. A fonte desse reavivamento é a palavra de Deus. A restauração é segundo a palavra de Deus e não segundo a diretrizes humanas.

            Em quinto lugar, a aflição escraviza, mas a lei de Deus traz esperança (Sl 119.153). “Atenta para a minha aflição e livra-me, pois não me esqueço da tua lei”. O salmista, inobstante não se esquecer da lei de Deus, está aflito. A vida cristã não é uma estufa espiritual nem uma bolha que nos esconde das aflições deste mundo. O povo de Deus está sujeito às vicissitudes comuns dos mortais. Eles bebem, também, as porções amargas da providência carrancuda. Nessas horas, devemos clamar ao Senhor para observar nossa aflição e ainda pedir a ele livramento de nossas dores. O argumento usado pelo salmista para estadear seu pleito diante de Deus é que ele não se esquecia da lei do Senhor. Nas suas aflições, não ergueu seus punhos contra Deus como fez a mulher de Jó nem virou as costas para Deus como fez a mulher de Ló. Ao contrário, reavivou ainda mais sua memória para guardar a palavra de Deus. Ó que Deus nos ajude a ter a mesma experiência do salmista: “Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço” (Sl 119.165).

Rev. Hernandes Dias Lopes

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

“ALEGREI-ME QUANDO ME DISSERAM: VAMOS A CASA DO SENHOR”


O autor do Salmo 122 (tradicionalmente atribuído a Davi) inicia o texto declarando sua satisfação e pleno contentamento  com o convite recebido e prontamente aceito de subir a Jerusalém e participar das celebrações em louvor e adoração a Deus. Participar do culto público é realmente um imenso e imerecido privilégio que devemos valorizar ao máximo, sendo cada  oportunidade singular. O Salmo 84 descreve os tabernáculos de Deus como amáveis, encontrando-se a alma do adorador envolta num  desejo tão intenso de cultuar ao seu Criador que seu estado é descrito como prestes a desfalecer. O salmista classifica como “bem aventurados” os que habitam na casa do Senhor, afirma que “um dia” nos átrios de Deus, “vale mais que mil” em qualquer outro lugar  e que prefere estar à porta da casa do seu Deus, “a permanecer nas tendas da perversidade”. 

O Salmo 42 retrata a angústia do adorador em decorrência do exílio que lhe fora imposto, estando, assim, longe do templo e  privado do culto a Deus. Seu estado é comparado ao de um animal sedento prestes a perecer – “Como suspira a corça pelas correntes  das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. Aminha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.” Não poder participar do culto  público que ao Senhor é devido certamente se constitui em uma das maiores privações que o cristão pode sofrer. 

Apesar do ensino bíblico quanto à participação no culto ao Senhor como dádiva graciosa de Deus e, portanto, digna da mais  alta estima e consideração, com tristeza constatamos que o comportamento de alguns irmãos durante os momentos de celebração  denota desprezo, descaso, indiferença e desrespeito para com o serviço divino. Não é incomum observarmos conversas paralelas,  risadas e a realização de brincadeiras por pessoas adultas no transcurso dos atos de adoração ao Senhor. “Guarda o teu pé, quando  entrares na Casa de Deus” é a solene advertência do escritor bíblico (Ec 5.1a), pois o ato de culto deve ser realizado com reverência e  santo temor. Certamente o autor inspirado não está ensinando que a bênção de cultuar a Deus é algo triste, sombrio, enfadonho ou  melancólico. Antes devemos ser fervorosos, participativos, alegres, dinâmicos sem, contudo, nos portarmos de forma frívola,  leviana, irresponsável e desrespeitosa. Corrigindo graves distorções quanto ao culto, que comumente eram praticadas na igreja de  Corinto, o apóstolo Paulo determina que “tudo, porém, seja feito com decência e ordem”. Nosso comportamento em geral e, de forma  peculiar, durante a adoração, deve ser marcado pela decência e pela ordem. 

Alguns procedimentos devem ser adotados objetivando uma adequada e proveitosa participação no culto público que a Deus  é devido: 

  1. a) Evite chegar atrasado, pois a pontualidade reflete a importância do compromisso; 
  2. b) Em chegando (excepcionalmente) após o início do culto, seja discreto e silencioso; 
  3. c) Não entre durante a leitura da Bíblia e oração; aguarde o término e só então tome o seu lugar; 
  4. d) O celular deve permanecer desligado; os profissionais que necessitam manter o aparelho funcionando devem usar o “modo  silencioso”; 
  5. e) Não se envolva em conversas e brincadeiras durante o culto. Sua atenção deve estar voltada para o ato de adoração;  f) Não traga para o templo alimentos e líquidos (água, suco, refrigerante). A exceção aplica-se à ingestão de medicamento por parte  de pessoas impossibilitadas ou com dificuldade de locomoção; 
  6. g) Evite deslocamento desnecessário;  
  7. h) Os pais ou responsáveis devem instruir as crianças quanto à importância da reverência durante o culto. Jogos e troca de e-mails não  são oportunos durante o momento de adoração; 
  8. i) O vestuário deve refletir a sobriedade da ocasião. Alguns trajes que, oportunos em outros lugares, são incompatíveis para o uso na  casa de Deus. 
  9. j) Em tempos de pandemia, use máscara, constantemente higienize as mãos com álcool ou sabão e mantenha o distanciamento social. Segundo nossa Constituição (CI/IPB), compete especialmente aos Diáconos dentre outras atribuições: “a manutenção da  ordem e reverência nos lugares reservados ao serviço divino” e a “fiscalização para que haja boa ordem na casa de Deus e suas  dependências” (art. 53, alíneas “c” e “d”). Os Diáconos são oficiais dignos do nosso respeito e atenção, que com devoção se  empenham no cumprimento de suas atribuições bíblicas e constitucionais. Estejamos atentos às recomendações por eles  apresentadas, pois visam o nosso bem. Que nossa participação no culto ao Senhor seja sempre marcada pela alegria, gratidão,  reverência e plena consciência que estamos diante do Senhor de toda a terra. 

“Pois o SENHOR Altíssimo é tremendo, é o grande rei de toda a terra”. 

Rev. Jailto Lima do Nascimento

FONTE: https://ipbvit.org.br/

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