Irmão leitor, eu sempre fui fascinada com a ideia de como foram preciosos os dias daqueles que viveram nos dias de Cristo sobre a terra e tiveram a oportunidade de coexistir no tempo e espaço em que Ele esteve entre os homens. Certamente se me pedissem para imaginar qualquer era para qual eu gostaria de me teletransportar, esta seria nos dias de Jesus, em Israel, vendo-o e ouvindo-o pregar o evangelho por toda parte. Um antigo hino retrata bem meu sentimento sobre isso, parte dele diz:
“Sempre que eu leio a história de Cristo
Eu fico a pensar, com grande emoção
Do privilégio que muitos tiveram
De ver o Seu rosto, sentir Sua mão
Eu também teria a mesma alegria
De vê-lo bem perto, bem juntinho a mim
Olhar os Seus olhos serenos e meigos
Oh como eu seria tão feliz assim!
Queria saber como era Seu rosto
Embora eu sinta que era mui lindo
Inspirava fé e também confiança
E dava a todos um gozo infindo […]”
A incredulidade dos que o viram
Estas palavras “Bem-aventurados os que não viram e creram” foram dirigidas diretamente a Tomé como forma de repreensão. Apesar do testemunho dos discípulos e das mulheres, Tomé recusou-se a crer que Cristo havia ressuscitado dentre os mortos. A incredulidade foi tamanha que ele falou que se não visse e não tocasse as marcas do sofrimento de Cristo (que comprovariam que era o mesmo que havia morrido), DE MODO ALGUM acreditaria. (conf. Jo 20.24-25)
Mas ele não foi o único a ser incrédulo até que seus olhos pudessem ver. Em Marcos 16, é registrado que as mulheres visitaram o túmulo de Jesus e a pedra já tinha sido removida (o túmulo já estava vazio). Um anjo posto no local contou àquelas mulheres as boas novas:
“Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia; lá o vereis, como ele vos disse.” (Mc 16.6-7)
Nos versos posteriores, a Bíblia revela que aquelas mulheres fugiram atemorizadas e não obedeceram a ordem do anjo (Mc 16.8). Elas saíram e não disseram nada a ninguém. Não proclamaram a ressurreição de Cristo porque não creram no que o anjo havia dito. Não poderiam imaginar que seu mestre havia ressuscitado, senão que haviam roubado seu corpo. Maria Madalena corre e diz aos discípulos que o corpo de Cristo não estava no túmulo; ela entrega a informação incompleta, não profere as palavras do anjo sobre ressurreição, apenas sugere que o corpo foi levado (conf. Mc 16.8 e Jo 20.2).
Mas não apenas as mulheres não creram, os que ouviram da parte delas que o corpo não estava mais no túmulo, apenas com exceção de Pedro, também não acreditaram.
“Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; também as demais que estavam com elas confirmaram estas coisas aos apóstolos. Tais palavras lhes pareciam um como delírio, e não acreditaram nelas. Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro” (Lc 24.10-12a).
Pensem comigo, irmãos: estas pessoas andaram com Jesus, ouviram de sua própria boca palavras de verdade, tiveram experiências sensoriais com ele durante anos e ainda assim não tiveram fé suficiente para crer em Sua ressurreição antes que o vissem ressurreto com seus próprios olhos.
Quando o anjo conta às mulheres sobre a vitória do Filho de Deus sobre a morte, elas temem e cerram os lábios para não contar as boas novas aos demais discípulos. Quando as mulheres contam aos demais discípulos sobre o sumiço do corpo de Jesus, não passa pela cabeça deles que poderia ser verdade (afinal, Cristo ressurgiria dos mortos), mas são incrédulos quanto à palavra delas. Quando os discípulos veem o Senhor pessoalmente e contam a Tomé, este se recusa a crer que fora o mesmo homem que ele viu sofrer e morrer.
Isto nos ensina algo grandioso: todas essas pessoas precisaram ver demais para crer. Não bastou ver Cristo, não bastou ver todo o poder que o Pai lhe deu com prodígios e sinais. Eles tiveram também que ver o Cristo ressurreto. Em contrapartida, eu e você não vimos Cristo com nossos olhos, com eles também não contemplamos os poderosos feitos que ele realizou sobre a terra, tampouco enxergamos as marcas em suas mãos e lado, e ainda assim nós cremos que ele ressurgiu dentre os mortos e nos garantiu vida eterna.
Foi nos dado o grande privilégio de crer em Cristo (Fp 1.29). E mais: de crer Nele através do testemunho dos que O viram e não pelo que nossos próprios olhos enxergam (Jo 20.30-31).
Por nós, o Senhor intercedeu quando ainda estava na terra:
“[…] rogo […] também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua (dos discípulos) palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós…” (Jo 17.20-21a)
Recebemos uma fé preciosíssima, transcendente, firme e forte, que nos leva a crer naquilo que talvez não crêssemos ainda que nossos olhos vissem. E concluo com as palavras do Ap. Pedro:
“…uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.”
Louvado seja o Senhor por ter nos dado uma bendita fé que nos faz mais do que felizes, nos faz bem-aventurados! Amém.
Autor: Thamyris Millena, 24 anos, casada, membro na Congregação Batista da Graça em Recife; amante da boa teologia. Meu coração deseja a eternidade, Cristo em mim é a esperança da Glória.
Fonte: https://www.jovemreformado.com.br/
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