Hagur, o autor deste texto inspirado pelo Espírito Santo, está extasiado com suas reflexões acerca das maravilhas da criação. Como fruto de suas perquirições, quatro coisas chamam a sua atenção. As três primeiras, ele as adjetiva como maravilhosas demais. A quarta, ele confessa que não conseguiu entender. O que deixou o autor sacro tão maravilhado?
Em PRIMEIRO LUGAR, o caminho da águia no céu. A águia é a rainha do espaço, a campeã indisputável das alturas nefelibatas. Com suas possantes asas, a águia voa entre as nuvens, no pico das montanhas; e, com sua visão apurada, como uma flecha, desce celeremente para apanhar a sua presa. O caminho da águia no céu é percorrido com desenvoltura e confiança. Seus voos são altaneiros e em linha reta. Se avista uma tempestade no horizonte, a águia ultrapassa essas nuvens tempestuosas e voa sobranceira onde tudo está calmo e o sol está brilhando.
Em SEGUNDO LUGAR, o caminho da cobra na penha. A cobra rasteja sobre a pedra sem deixar marcas. Caminha, sem alardes, sem deixar rastro. Essa trajetória fascinava o autor sagrado. Há aqueles que percorrem muitos caminhos, mas as marcas que deixam não são dignas de serem imitadas. Deixam um rastro inglório e pegadas escorregadias.
Em TERCEIRO LUGAR, o caminho do navio no meio do mar. Este texto foi escrito há quase mil anos antes de Cristo. Naquele tempo a navegação ainda era precária, sem a ajuda da bússola e dos outros recursos modernos. Marinheiros experimentados singravam as águas profundas dos mares e rumavam para horizontes longínquos, conquistando sempre novas fronteiras. Experiência, coragem e desafios arrojados alimentavam as aventuras desses pioneiros da navegação. Esses mesmos princípios devem governar nossa vida.
Em QUARTO LUGAR, o caminho do homem com uma donzela. Esta quarta figura usada pelo escritor, trata do casamento. A relação de um homem com uma donzela estava para além de sua compreensão. O casamento é um mistério, que aponta para a mais sublime de todas as relações, a relação entre Cristo e a igreja. O casamento não é uma união entre dois iguais, mas entre dois diferentes. O casamento instituído por Deus, conforme o registro de Gênesis 2.24 é heterossexual, monogâmico e monossomático (Gn 2.24). A relação de marido e mulher não é de competição, mas de cooperação e complementaridade. O apóstolo Paulo escreveu: “No Senhor, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus” (1Co 11.11,12). Ainda Paulo escreveu: “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo” (1Co 11.3). Assim, a liderança do homem no casamento não significa superioridade masculina nem a submissão da mulher, significa inferioridade feminina. Isso fica claro quando entendemos que Deus é o cabeça de Cristo e a segunda pessoa da Trindade não é inferior à primeira pessoa da Trindade. Deus Pai e Deus Filho são da mesma substância e têm os mesmos atributos. Compreender o caminho do homem com uma donzela, portanto, é um exercício que requer mente atilada e coração sábio. O casamento é uma aliança de amor, onde o papel do homem é amar sua mulher como Cristo amou a igreja e o papel da mulher é sujeitar-se a seu próprio marido, como a igreja é sujeita a Cristo. Esse caminho só pode ser percorrido vitoriosamente sob a bênção de Deus e pautado pelos preceitos de Deus. Que o nosso coração, também, fique maravilhado com essas figuras pedagógicas!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Fonte: Hernandes Dias Lopes
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