“FOGE, COMO PÁSSARO…” (SL
11.1).
O Salmo 11 foi escrito por Davi, quando
Saul o perseguia por todos os lados. O rei estava louco, mas estava no trono e
tinha o poder nas mãos. Ele não se submetia a ninguém e se julgava acima da
lei. Alimentado por mentiras, oprimia e matava. Os covardes diziam para Davi
fugir como um pássaro (Sl 11.1). Diziam para ele que o inimigo já estava com a
flecha apontada para seu coração e não havia como escapar (Sl 11.2). Os
fundamentos estavam destruídos (Sl 11.3). Os valores morais estavam arrasados
desde o fundamento. Não havia a quem recorrer. Todo o Estado estava aparelhado
para o mal. A justiça era inexistente. Nesse cenário cinzento, aqueles que só
olhavam para as circunstâncias tenebrosas disseram a Davi para fugir e se
esconder. Mas, a pergunta é: Por que fugir, se você pode confiar em Deus?
Quais as razões que Davi tinha para confiar em Deus?
EM PRIMEIRO LUGAR, Davi
compreende que Deus está no trono (Sl 11.4). Os homens, por
mais poderosos e truculentos, não estão no controle da história. Eles ascendem
ao poder e apeiam do poder. Deus levanta reis e destrona reis; levanta
reinos e abate reinos. Seu trono é eterno e seu poder é irresistível. Ninguém
pode desafiar sua soberania e prevalecer. O Deus soberano está atento ao que
acontece na terra. Seus olhos sondam os filhos dos homens. Aqueles que maquinam
o mal e o colocam em prática podem escapar do escrutínio dos homens, mas jamais
podem se esconder daquele que tudo sabe, tudo vê e a todos sonda.
EM SEGUNDO LUGAR, Davi compreende que Deus põe à
prova tanto o justo como o ímpio (Sl 11.5). O justo é provado
para ser aprovado. Ele é provado como o ouro lançado no cadinho. Só as escórias
são consumidas. O fogo do ourives torna o ouro mais puro, mais nobre, mais caro,
mais belo. Assim é a prova do justo. Porém, o ímpio é como a escória consumida
pelo fogo. A alma de Deus abomina aquele que ama a violência. Como reto juiz
ele galardoa o bem e pune o mal; ama a justiça e abomina a violência.
Recompensa a benevolência e castiga a opressão.
EM TERCEIRO LUGAR, Davi compreende que os
perversos podem escapar dos tribunais da terra, mas não do juízo de Deus (Sl
11.6). Deus não é um ser bonachão que faz vistas grossas ao pecado. Ele exerceu
seu juízo no dilúvio, na torre de Babel, na destruição de Sodoma e Gomorra, nas
dez pragas do Egito, na queda de Jerusalém, da Babilônia, de Nínive bem como
dos poderosos impérios do passado. Ele fará chover sobre os perversos brasas de
fogo e enxofre. O vento abrasador será a parte do cálice dos perversos. Aqueles
que permanecerem nos seus pecados, com dura cerviz, terão que arrostar a ira do
Deus Todo-poderoso no grande Dia do Juízo.
EM QUARTO LUGAR, Davi compreende que os justos
receberão a maior de todas as recompensas (Sl 11.7). Porque o
Senhor é justo e ama a justiça, ele não inocentará o culpado nem culpará o
inocente. Nos tronos da terra, a injustiça veste-se engalanada. Juízes vestem
togas manchadas de corrupção. Tribunais conspícuos tornam-se o próprio braço da
violência. Porém, no tribunal de Deus a justiça assenta-se no trono e a retidão
governa todos os seus julgamentos. Enquanto o ímpio sofrerá uma saraivada de
fogo e enxofre, os retos contemplarão a face de Deus (Ap 22.4). De todas as
alegrias do céu e de todas as bem-aventuranças por vir, nenhuma pode
comparar-se a esta: contemplarmos a face do nosso glorioso Redentor. O apóstolo
João traduziu essa verdade, assim: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e
ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” (1Jo3.2).
Em face dessas verdades supramencionadas,
quando os covardes lhe aconselharem a fugir do inimigo, acuado pelo medo,
responda: “Eu não preciso fugir, eu posso confiar no Deus Todo-poderoso”.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Fonte: http://hernandesdiaslopes.com.br/
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