Este artigo tem como finalidade principal
ensinar o método de estudo bíblico indutivo, assim como, sua importância para o
crescimento saudável de todo cristão. Ele pode ser utilizado tanto individual
como coletivamente e norteia o indivíduo/grupo para o aprofundamento nas
verdades bíblicas.
O aprendizado deste método é
importante, porque a Bíblia, como livro único divinamente inspirado
pelo Espírito Santo, é a expressão da fé cristã e
nos apresenta Deus e o que Ele requer de nós. Como tal, deve ser levado a
sério, pois é o meio que Deus separou
para conhecermos profundamente suas verdades e seus desígnios para nossas
vidas. O salmista Davi, apontando a importância de guardar diligentemente a Palavra de Deus afirma que aqueles que os
guardam são bem-aventurados (Salmo 119.2).
Quando estudamos a história
de Israel no período em que Neemias foi convocado por Deus para ajudar o povo,
observamos que foi através da leitura e
entendimento bíblico que a nação de Israel reconheceu seu
pecado e se voltou a Deus (Neemias 8.2, 5-9; 9.2),
A Diferença entre Método Dedutivo e o Método
Indutivo
Ao contrário do método dedutivo, pelo qual o
professor prepara a aula e aplica aos alunos [i], o método
bíblico indutivo vem com o enfoque de proporcionar ao indivíduo chegar às
conclusões bíblicas no texto estudado. A escritora Antonia Leonora, escrevendo
sobre o assunto afirma que “o estudo bíblico indutivo (EBI) leva o interessado
a descobrir por si mesmo o significado das Escrituras e a relacionar o que
descobriu com a sua vida de cada dia”.
O EBI se baseia entendendo
que o Espírito Santo ilumina a mente e o coração de quem estuda as Sagradas
Escrituras com sinceridade, buscando o entendimento dela para aprofundar seu
relacionamento com Deus e viver uma vida santa.
O método tem três
características principais, que são, 1) observação, 2) interpretação e 3)
aplicação.
Primeiro Passo do Método Indutivo: Observação
Nesta parte do estudo, o
interessado descobrirá o que o texto tem a dizer acerca dos fatos, personagens,
os acontecimentos que estão envolvidos e as declarações ali expostas.
Reverendo Arival Dias, em seu treinamento sobre Formação de
Pequenos Grupos nos diz que “se deve observar o texto por si mesmo”. O estudo
nos direciona a ver as idéias e os fatos com os princípios que a própria Bíblia
tem para nos oferecer.
Um fator essencial a se
observar é o gênero literário do texto estudado. Para cada
gênero há uma postura interpretativa, se o texto for poético, devemos
interpretá-lo segundo sua característica literária e assim sucessivamente.
Outros gêneros literários que podemos encontrar nas Escrituras são: Narrativas, parábolas, profecias e
etc.
Devemos levar em conta
o contexto social e espiritual; contexto imediato do texto,
ou seja, o texto focalizado no estudo, assim como, o texto mais amplo,
textos paralelos que nos levam a um maior esclarecimento. Observe também,
as chaves gramaticais do texto. Os tempos, como,
passado, presente e futuro. Os modos, tais como, indicativo,
subjuntivo, imperativo, infinitivo, gerúndio e particípio.
É de suma importância observar quais são as
palavras que estão sendo mais repetidas, assim como, a palavra que traz a idéia
central na interpretação do texto.
Antonia Leonora aponta a
importância de certas perguntas na etapa da observação: Quem são as
personagens? Onde estão? Por que estão ali? Por que o lugar é significativo?
Qual é a atmosfera emocional/psicológica? Quando o fato acontece? Qual é o
acontecimento central? Como é descrito? Como as ações anteriores culmina nele?
Quais são os resultados? Eram esperados? Que outras implicações há? Quem é o
escritor e quem são os leitores; ou orador e os ouvintes? Que relação existe
entre eles? Onde está o escritor? Por que está ali? Onde estão os leitores?
Qual é a idéia central? Como o escritor ou orador tenta persuadir os ouvintes
na verdade? Quais seriam os resultados, caso aceitem sua mensagem? E em caso
contrário?
Segundo passo do Método: Interpretação
A segunda etapa do método bíblico indutivo é a
interpretação. É uma tarefa de extrema importância e deve ser feita em oração, com
seriedade, humildade e cuidado, buscando a iluminação do Espírito Santo. Gordon
D. Fee e Douglas Stuart [ii], escrevendo
sobre a interpretação bíblica nos alerta: “O alvo da boa interpretação não é a
originalidade, não se procura descobrir aquilo que ninguém jamais viu”, por
isso, a interpretação deve ser feita sempre dentro do contexto textual e
histórico, com oração e dependência do Espírito Santo [iii].
Algumas instruções para
ajudar o cristão na interpretação bíblica:
1) Tente buscar o
significado natural do texto, ou seja, procure entender as palavras
literalmente, principalmente em textos históricos.
2) Procure o significado
original. Algumas palavras tiveram seus significados modificados com o passar
do tempo.
3) Reverendo Arival Dias [iv] assinala alguns recursos disponíveis para realizar
uma interpretação correta do texto estudado, que são: Bíblias em várias
versões, Chaves bíblicas, Concordância Bíblica, Comentário Bíblico e Dicionário
Bíblico.
Terceiro passo: Aplicação
Creio que das três
características apresentadas neste artigo, a mais desafiadora é esta. Colocar
em prática os princípios bíblicos em nosso dia-a-dia. Não adianta estudar a
Bíblia e não obedecê-la.
O próprio Cristo, no evangelho de Lucas, diz: “E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
(Lucas 4.46)”. Em outra passagem bíblica observamos Paulo
orientando Tito em como deve ser escolhido o Bispo, e o alerta sobre homens
que “confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo
abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra. (Tito 1.16)”.
No evangelho de Mateus 7.26, observamos Jesus dizer: “E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre,
compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou sua casa na areia”.
Neste sentido, a aplicação é o desemborcar de todo
estudo bíblico que realizamos. Paulo, escrevendo a Timóteo diz que “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para
ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o
homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.
(2Timóteo 3.16-17)”.
Portanto, levando em
consideração a importância do estudo diligente das Sagradas Escrituras, o
método de estudo bíblico indutivo nos auxiliará no entendimento das verdades de
Deus para nossa vida, pois nos guiará a observar o texto bíblico, interpretá-lo
corretamente e executar os princípios aprendidos.
Que o Senhor Deus nos
abençoe!
[i] Frase dita pelo Reverendo Arival Dias no curso online
para formação de pequenos grupos. Site: ippinheiros.eadbox.com.
[ii] FEE, Gordon D. e STUART, Douglas. Entendes o que
lês? São Paulo: Vida Nova, 2005. p.13.
[iii] MEER, Antonia Leonora Van Der. O estudo Bíblico
Indutivo. São Paulo: ABU, 2002. p.17.
[iv] http://ippinheiros.eadbox.com
FONTE: https://www.ippinheiros.org.br/blog/metodo-indutivo-de-estudo-biblico/
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