Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel. Para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência; para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a equidade (Pv 1.1-3)
Salomão transcendeu a todos os reis de Israel em conhecimento, sabedoria e riqueza. Sendo Davi, seu pai, o grande rei de Israel, ao sucedê-lo, Salomão pediu a Deus sabedoria para governar. Recebeu não apenas sabedoria singular, mas também riquezas incontáveis. Salomão tornou-se um homem erudito, perito em ciência e douto nas questões práticas da vida. Escreveu a maior parte do livro de Provérbios, inspirado pelo Espírito Santo, para repartir com as gerações pósteras princípios eternos de sabedoria, que devem reger nossa vida em todas as suas áreas.
Estudar o livro de Provérbios é matricular-se na escola da sabedoria. Mergulhar nas profundezas dessas verdades eternas é alargar a mente para entender as palavras de inteligência. É mister destacar que conhecimento nem sempre desemboca em sabedoria, muito embora a sabedoria sempre vem acompanhada de conhecimento. Sabedoria é o uso correto do conhecimento para alcançar os melhores fins. Sabedoria é aplicar o ensino recebido para viver de forma maiúscula e superlativa. Sabedoria é olhar para vida com os olhos de Deus. É andar segundo o conselho de Deus, fazer sua vontade e deleitar-se nele. A sabedoria que afasta o homem de Deus é consumada loucura, mas, o conhecimento que anda de mãos dadas com a sabedoria, conduz o homem à felicidade.
O Positivismo de Augusto Comte diz que o problema básico do homem é a ignorância. O homem, porém, precisa não apenas de informação, mas, sobretudo, de transformação. O homem besuntado de conhecimento, mas sem generoso procedimento, pode transformar-se num monstro. No século vinte, do topo do mais refinado conhecimento, o homem provocou duas sangrentas guerras mundiais. Mais de cem milhões de pessoas foram ceifadas de forma cruel.
Na contramão desse conhecimento divorciado da bondade, Salomão fala do ensino do bom proceder que deságua na prática da justiça, no exercício do juízo e na manifestação da equidade. Onde reina a injustiça nos relacionamentos e a opressão nos tribunais, aí fracassa o bom proceder. Onde o juízo é torcido, a verdade é sonegada e o culpado é tratado como inocente ou o inocente como culpado, aí o bom proceder cobre a cara de vergonha. Onde a equidade está ausente e o forte tripudia sobre o fraco, o rico prevalece sobre o pobre e os desonestos ajuntam os tesouros da impiedade, aí abrem-se largas avenidas para toda sorte de corrupção e violência. Precisamos não apenas de conhecimento, mas de ensino, ensino que desemboca no bom proceder. Não basta informação, precisamos transformação. Não é suficiente termos luz na cabeça, precisamos ter amor no coração. Conhecimento sem bom proceder gera soberba opressora e não ação misericordiosa.
Quando nossa querida Igreja Presbiteriana do Brasil celebra seus cento e sessenta e um anos de presença em solo brasileiro, erguemos aos céus nosso preito de louvor e nosso tributo de gratidão a Deus, pois ao longo desse tempo, esta igreja tem proclamado em todos os rincões da nossa pátria a mensagem do evangelho, a mensagem que informa e transforma!
Rev. Hernandes Dias Lopes
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