O título desta pastoral foi extraído do livro de Daniel, capítulo 2. Nabucodonosor sonhou com uma imagem cuja cabeça era de ouro, o peito e os braços eram de prata. O ventre e os quadris de bronze e as pernas e os pés de ferro e barro. Uma pedra não lavrada por mãos, tocou nos pés dessa estátua e ela toda virou pó. Essa estátua representava os quatro grandes impérios mundiais: o império Babilônico (a cabeça de ouro); o império Medo-Persa (peito e braços de prata); o império Greco-Macedônio (o ventre os quadris de bronze); e o império Romano (as pernas de ferro e os pés em parte de ferro e em parte de barro). A pedra não lavrada por mãos que transforma a estátua em pó representa o Reino de Cristo.
A descrição feita por Daniel aponta para a verdade solene de que os poderes e os ídolos do mundo têm os pés de barro e eles não podem prevalecer. Os reinos do mundo vão cair e todos os reinos do mundo serão do Senhor e do seu Cristo. Nesses dias em que as nações estão sendo assoladas pela pandemia do COVID-19, concluímos que os grandes ídolos deste mundo têm os pés de barro. Quais são esses ídolos?
Em primeiro lugar, o poder econômico. O dinheiro é o grande ídolo de nossa geração. É o ídolo mais adorado no mundo. Os homens confiam em seu dinheiro. Matam e morrem por ele. Sacrificam a vida, a família e a alma no altar de Mamom. O amor do dinheiro é a raiz de todos os males. Nessa pandemia, o dinheiro demonstrou ser um ídolo com os pés de barro. Ele não pode evitar a pandemia nem debelá-la.
Em segundo lugar, o poder científico. A ciência tem alcançado o pináculo de suas conquistas neste século. Vivemos no reino milagroso do avanço da ciência. Porém, apesar de suas vitórias extraordinárias, ela também não pôde trazer uma solução rápida e eficaz para esse mal que assola as nações, ceifando milhares de vidas e provocando uma das maiores recessões econômicas dos últimos tempos. A ciência não é a luz que vinda ao mundo ilumina a todo o homem. Ela não tem todas as respostas. Seus pés são também pés de barro.
Em terceiro lugar, o poder político. Os homens, cheios de empáfia, e com muito poder nas mãos, jactam-se de sua influência e de seu poder político. Reis, presidentes, ministros, governadores, prefeitos, sentem-se onipotentes com a caneta nas mãos. Porém, aqueles que se assentam nos tronos da terra são vulneráveis, dependentes e mortais. Todos têm os pés de barro. Os palácios, os parlamentos e as cortes, no exercício de seu poder, demonstraram-se absolutamente impotentes para lidar com este vírus, que ao espalhar-se pelos rincões do mundo, botou as nações, inclusive as mais poderosas, de cócoras, completamente fragilizadas. O poder político não é autossuficiente nem eficazmente suficiente para socorrer o povo aflito.
Em quarto lugar, o poder tecnológico. A tecnologia alcançou as alturas excelsas, de esplêndidas conquistas. Somos a geração das viagens interplanetárias, da cibernética, da celeridade nos deslocamentos, da comunicação virtual, do mundo sem fronteiras. Temos janelas abertas para o mundo e todo o cosmos parece que está ao alcance do nosso toque. Porém, a tecnologia com todo o seu avanço revelou-se incapaz de trazer uma solução rápida e eficaz para erradicar esse mal que ceifa a vida de uns e transtorna a vida de outros.
A conclusão inevitável é que o homem, com todo o seu saber, com todo o seu poder científico, econômico e tecnológico é incapaz, frágil e dependente. O homem tem os pés de barro. Seus ídolos mais estimados têm os pés de barro. Seus ícones prediletos têm os pés de barro. Eles são pequenos demais e impotentes demais para nos socorrer. Precisamos de um socorro que vem do alto, do Redentor que vem do alto, do seu reino eterno que jamais se abalará!
FONTE: https://lpc.org.br/
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