“Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra” (Jó 42.10).
Jó não é um mito nem o livro de Jó é uma lenda. Jó foi um homem real, que viveu numa geografia real e num tempo real. Ele foi o homem mais piedoso de sua geração e o mais rico do Oriente. Ele tinha bens, família e amigos. Satanás insinuou que Jó servia a Deus por interesse e que Deus precisava suborná-lo com bênçãos para receber dele adoração. Deus permitiu Satanás tocar nos seus bens, nos seus filhos e na sua saúde. A despeito do sofrimento atroz que isso lhe trouxe, Jó permaneceu íntegro e não blasfemou contra Deus.
Jó sofreu cinco golpes dramáticos na vida: ele perdeu seus bens, enterrou seus filhos e foi atingido por uma enfermidade maligna. Se isso não bastasse, sua mulher recomendou-o a desistir de sua integridade e amaldiçoar a Deus. Por fim, seus amigos vieram consolá-lo, mas acabaram atacando-o com pesadas e levianas acusações.
Diante de tantos infortúnios, Jó fez três coisas: perguntou, queixou-se e se defendeu. Suas perguntas e suas queixas foram feitas a Deus, mas a resposta divina ao seu pleito foi o total silêncio. Quando Deus falou com Jó, não lhe respondeu nenhuma de suas perguntas nem esclareceu nenhuma de suas queixas. Ao contrário, Deus fez-lhe dezenas de perguntas retóricas, expondo de forma majestosa sua grandeza incomparável. Jó compreendeu a onipotência divina bem como seu soberano propósito. Jó reconheceu, ainda, que havia falado do que não entendia. Admitiu, finalmente, seu limitado conhecimento de Deus bem como a enormidade de seus pecados.
Deus restaurou a sorte de Jó, quando este orou pelos seus amigos. E por quê? Até então, Jó estivera se defendendo das pesadas acusações; e quem se defende, tem no coração dor, mágoa ou no mínimo, sentimento de autojustiça. Quando Jó saiu da arena da autodefesa para a brecha da intercessão, sua cura brotou, sua restauração raiou e o Senhor lhe restituiu em dobro tudo que antes possuíra. Ninguém consegue orar por alguém e nutrir mágoa dessa pessoa ao mesmo tempo. A oração acompanhada de perdão abençoa quem ora antes de abençoar a pessoa por quem se ora.
Satanás intentou destruir Jó, atingindo as cinco áreas vitais da vida: finanças, filhos, saúde, casamento e amizades. Deus, porém, restaurou essas cinco áreas. Primeiramente, curando-o de sua enfermidade. Jó viveu mais cento e quarenta anos e viu os filhos de seus filhos até a quarta geração. Deus, também, restituiu seus bens e deu-lhe em dobro tudo o que antes possuíra. Ainda, Deus restaurou suas amizades, pois os homens que o criticaram tiveram que vir a Jó, para Jó orar por eles. Deu ouviu a oração de Jó por seus amigos e os restaurou. Mas, Deus restaurou, de igual modo, o casamento de Jó, curando suas feridas emocionais, provocadas pelas tempestades da vida. Deus pegou os cacos e fez um vaso novo. Deus curou o coração de Jó e renovou o seu amor por sua mulher. Eles tiveram lindos dias dali para frente, pois o melhor daquilo experimentaram até então foi medida mínima do que Deus fez neles e por eles dali para frente. Por fim, Deus restaurou os filhos de Jó, pois se antes ele tivera dez filhos, sendo sete homens e três mulheres, agora, de igual modo, ele teve mais dez filhos, sete homens e três mulheres. Agora, Jó tem dez filhos no céu e dez filhos na terra. Deus restaurou a sorte de Jó e restaurou completamente.
Deus não deu a Jó explicação, mas deu-lhe restauração. Os tempos mudaram, mas Deus é imutavelmente o mesmo. O que ele fez, ele pode fazer de novo, conforme o seu poder, e para o louvor de sua glória. A suma de tudo o que aprendemos com a história de Jó é que Deus tudo pode e os seus planos não podem ser frustrados.
Rev. Hernandes Dias Lopes
FONTE: https://hernandesdiaslopes.com.br/
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