A morte de Jesus não foi um acidente. Estava decretada mesmo antes da fundação do mundo (Ap 13.8). Ao longo dos séculos, a morte de Jesus foi proclamada pelos patriarcas e profetas. Todo o Antigo Testamento apontava para esse auspicioso acontecimento. O próprio Jesus, profetizou sua morte em quatro ocasiões:
Em primeiro lugar, o primeiro anúncio da morte de Cristo aconteceu em Cesareia de Filipe (Mt 16.21). “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. Logo após Pedro afirmar que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo e Jesus declarar que ele mesmo é o fundamento, o dono, o edificador e o protetor da igreja, anuncia pela primeira vez que era necessário subir para Jerusalém para ser entregue nas mãos das autoridades judaicas, para ser morto e ressuscitar no terceiro dia. Está patente aos olhos de Jesus que Jerusalém seria o palco de seu sofrimento atroz, de sua morte vicária e de sua vitoriosa ressurreição.
Em segundo lugar, o segundo anúncio da morte de Cristo aconteceu na Galileia (Mt 17.22,23). “Reunidos eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens; e estes o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará. Então, os discípulos se entristeceram grandemente”. A transfiguração foi precedida e sucedida pelo anúncio da morte e ressurreição de Jesus. Nenhuma improvisação. Nenhuma surpresa. A morte de Jesus não foi um acidente nem sua ressurreição uma surpresa. Tudo estava rigorosamente definido e isso, desde os tempos eternos. Se a primeira comunicação de Jesus acerca de sua morte desembocou na reprovação de Pedro (Mt 16.22), a segunda comunicação desaguou na profunda tristeza dos discípulos (Mt 17.23).
Em terceiro lugar, o terceiro anúncio da morte de Cristo aconteceu na Judeia (Mt 20.17-19). “Estando Jesus para subir a Jerusalém, chamou à parte os doze e, em caminho, lhes disse: Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado; mas, ao terceiro dia, ressurgirá”. O terceiro anúncio da morte de Cristo dá-se quando ele está subindo para Jerusalém. Jesus deixa claro que ele será entregue aos principais sacerdotes e escribas em vez de ser uma vítima indefesa. Fica evidente, também, que sofrerá açoites. Seu sofrimento culmina em sua crucificação. Esse horrendo espetáculo de dor, entretanto, não põe um ponto final no propósito soberano de Deus. Jesus deixa claro que no terceiro dia, ressurgirá. A morte não pode detê-lo. Ele matará a morte, arrancando-lhe o aguilhão e triunfando sobre ela, abrindo-nos o caminho da imortalidade.
Em quarto lugar, o quarto anúncio da morte de Cristo aconteceu em Jerusalém, dois dias antes da páscoa (Mt 26.2). “Sabeis que, daqui a dois dias, celebrar-se-á a Páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado”. O último anúncio da morte de Jesus dá-se dois dias antes da páscoa. Muito embora as autoridades judaicas tramavam prender Jesus à traição dois dias antes da páscoa para matá-lo depois da festa (Mc 14.1,2), Jesus deixa claro para seus discípulos, que essas autoridades estavam apenas cumprindo um plano divino já traçado antecipadamente. Não é o homem que está no controle da situação, mas Jesus. A história da redenção nunca esteve nas mãos dos homens, mas sempre esteve nas mãos do Eterno. Nessa última comunicação de sua morte, Jesus mostra que na mesma festa da páscoa, quando um cordeiro sem defeito seria imolado, ele, sendo o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, seria entregue para ser crucificado. Sua morte substitutiva nos trouxe vida, seu sangue nos trouxe purificação e sua ressurreição nos trouxe esperança.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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