Desde pequena Svetlana tinha uma paixão: dançar e sonhar em ser uma Grande
Bailarina do Ballet Bolshoi.
Sua
família e amigos criaram um apelido especial para ela : lankina que no antigo dialeto queria dizer "a que flutua". Era uma forma carinhosa de brincar com
Svetlana pois a palavra também podia significar "a que sonha acordada".
Um
dia, Svetlana teve sua grande chance. Conseguira uma audiência com Sergei Davidovitch, Mestre do Bolshoi, que estava
selecionando aspirantes para a Companhia. Dançou como se fosse seu ultimo dia
na Terra. Colocou tudo que sentia e que aprendera em cada movimento.
Ao
final, aproximou-se do Mestre e lhe perguntou: "_Então, o Sr. acha que eu posso me tornar uma Grande
Bailarina?" Ele respondeu
calmamente: “_ não....”
Na
longa viagem de volta à sua aldeia, Svetlana, em meio às lagrimas, imaginou que
nunca mais aquele "Não" deixaria de reverberar em sua mente.
Dez anos mais tarde
Svetlana,
já uma estimada professora de ballet,
criou coragem de ir à performance anual do Bolshoi em sua região.
Sentou-se
bem à frente e notou que o Sr.
Davidovitch ainda era o Mestre.
Após o concerto, aproximou-se do cavalheiro e lhe contou o quanto doera, anos
atrás, ouvir-lhe dizer que não seria capaz de participar do Bolshoi.
"Mas minha filha,
eu digo isso a todas as aspirantes" respondeu o Sr. Davidovitch. "Como o Sr. poderia cometer uma
injustiça dessas? Eu dediquei toda minha vida! Todos diziam que eu tinha o
dom. Eu poderia ter sido um sucesso se não fosse o descaso com que o Sr. me
avaliou!"
Havia
solidariedade e compreensão na voz do Mestre, mas não hesitou ao responder: "Perdoe-me, minha filha, mas você
nunca poderia ter sido grande o suficiente, se você foi capaz de abandonar seu
sonho pela opinião de outra pessoa." (Pelo primeiro não que ouviu).
FONTE: http://www.hebert.com.br
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